Desenvolvimento pessoal

Incentivador ou incentivadora. Você é?

Ajudar uma pessoa a enxergar suas potencialidades e incentivá-la a se (re)descobrir pode ser uma poderosa ferramenta de transformação
Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

Compartilhar:

Eu acredito que todos devemos ser protagonistas das nossas próprias vidas, correr atrás dos nossos sonhos e fazer acontecer, mesmo que o vento esteja contra, que as condições sejam injustas e que o nosso esforço seja astronomicamente maior do que de outros ao nosso redor. O contrário disso é aceitar passivamente o que o mundo irá oferecer a você. Isso é algo que, para mim, sempre foi inaceitável.

Apesar dessa responsabilidade pousar em nossos próprios ombros, isso não quer dizer que os que estão ao nosso redor, as pessoas que vamos encontrar em nossa caminhada e os mentores, sejam eles escolhidos conscientemente ou não, não podem ajudar. Pelo contrário. Eles podem, e vão, ter um papel gigantesco em nossas vidas. Um papel que a gente talvez só se dê conta muito depois de eles acontecerem.

Outro dia parei para pensar em todas as pessoas que me influenciaram positivamente. Logo, me recordei de uma tia que me escutou cantar uma música do Bryan Adams (não me julguem!) no carro quando eu ainda era um jovem adolescente. Com um sorriso enorme, ela disse: “Lu, como você canta bem! Seu inglês está incrível, acho que você vai ser professor um dia”. Lembro dessas palavras como se fosse hoje e de como eu fiquei feliz e animado para estudar ainda mais a língua. Cheguei até pensar se deveria ou não me tornar um professor.

__A minha tia é uma incentivadora. Como ela, encontrei muitos outros no meu caminho.__

Lembro bem da minha amiga Viridiana que, um dia no trabalho, chegou com um catálogo da pós-graduação da faculdade Cásper Líbero e me entregou com alguns cursos grifados que ela achava que eu teria interesse. Acabei me matriculando, fazendo uma especialização em jornalismo, que me fez descobrir de forma ainda mais profunda a escrita e o que eu poderia fazer com ela.

Lembro do Fábio, um diretor que tive no começo da minha carreira, que, mesmo sabendo que eu estava enfrentando um problema de saúde e sendo aconselhado a me retirar do processo interno que eu participava, fez questão de falar comigo, entender o meu momento e sugerir que eu seguisse com foco em minhas habilidades. Ele me contratou.

Tenho também a lembrança de um gerente, o querido Jan, que tive durante o meu tempo trabalhando no UOL. Ele era norueguês, morou muitos anos nos EUA e tinha um inglês perfeito. Ele também sempre me incentivava a estudar a língua, tirava minhas dúvidas e falava da importância de ter fluência. Ele foi um dos grandes responsáveis por eu levar os meus estudos para um outro nível.

E o Jorge? No começo da minha carreira no Google, um dia ele me chamou para um café e disse que, ao me observar, achava que eu levava jeito para liderar pessoas e deu algumas dicas de comportamentos e conhecimentos que eu deveria adquirir ou melhorar. Ele também acendeu uma chama que eu nem sabia que existia em mim e, alguns anos depois, me inspirou a começar a minha jornada como líder de pessoas. Estou nela até hoje.

Lembro da Shalini, uma diretora Indiana que tive que, em uma de nossas conversas sobre performance, disse que eu tinha um brilho no olho, uma flexibilidade de comportamento e que não tinha dúvidas que eu poderia ir longe se quisesse. Ela me fez olhar para ela e repetir o que disse, para que tivesse certeza que eu também acreditava naquilo. Poucas vezes na vida eu saí tão motivado de uma conversa.

O incrível é que estes incentivos, algumas vezes, vêm de pessoas que não esperamos ou até mesmo não conhecemos. O grande Marc Tawil é um bom exemplo disso. Como membro do conselho editorial da Revista HSM, ele me indicou para ser colunista da publicação. E não só isso: ele me ligou para me contar o porquê acreditava que eu seria uma boa pessoa para realizar o trabalho. Então, se não fosse pelo Marc, você não estaria lendo esse artigo e todos os outros que escrevi aqui até hoje.

Eles são apenas alguns de todos os incentivadores que cruzaram o meu caminho,

__Eu sou imensamente agradecido por ter cruzado com tantas pessoas incríveis que, ao olharem para mim, viram não apenas o que eu era, mas o que eu poderia ser.__ Esse é um exercício que eu recomendo para todos: feche os olhos e comece a lembrar de todas as pessoas que, de uma forma ou outra, foram seus incentivadores. Possivelmente você lembrará com carinho de muitos.

E sabe? Mesmo sem perceber, eu me tornei um incentivador. Também gosto de olhar para as pessoas e ver o que mais existe que ainda não apareceu, não se descobriu e poderia emergir. Todo mundo pode, e deve, ser mais do que é.

Um momento, uma dica, uma percepção ou uma hora do nosso tempo, dedicado a ajudar alguém a se encontrar ou melhorar, pode mudar uma vida inteiramente. E o melhor: não custa praticamente nada, mas pode valer ouro para quem recebe.

Ser um incentivador faz o mundo ser um lugar melhor. Seja um.

Compartilhar:

Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

Artigos relacionados

Como superar o desafio da inovação com ambientes ainda informais?

Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura