Empreendedorismo, Comunidades: Gestão PME

O que 2022 reserva para os empreendedores

Membros da Confraria do Empreendedor dizem que, apesar da fragilidade da economia, as PMEs podem crescer com adaptação administrativa e investimento
Larissa Pessi é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

Mesmo com estratégias de [risk management](https://www.revistahsm.com.br/post/a-importancia-do-risk-management-para-pmes-e-como-coloca-lo-em-pratica) implementadas, não foram poucos os desafios que as empresas enfrentaram desde a eclosão da pandemia. Só que 2022, que parecia ser o ano de retomada, começou estranho, pressionado pelo aumento no número de infecções do vírus. Não bastasse isso, o país ainda tem eleições pela frente – que prometem ser, no mínimo, atribuladas. Também continuará sofrendo com a inflação e os juros em alta. A expectativa de crescimento do PIB é de apenas 0,42% pelo Banco Central.

O contexto é crítico para a economia nacional, mas não para as startups. Em 2021, as empresas emergentes brasileiras captaram US$ 9,43 bilhões em aportes, valor recorde para um único ano. E os [dados](https://materiais.distrito.me/retrospectiva-2021) coletados pela plataforma de inovação Distrito projetam a continuidade dos investimentos em 2022.

Mas o que sobra para as pequenas e médias empresas? A __HSM Management__ conversou com membros da Confraria do Empreendedor, hub de empreendedores, sobre projeções de negócios em 2022 e meios para driblar os desafios. A seguir, você confere os principais insights.

## Adaptação administrativa

É evidente que as empresas aprenderam muito com a pandemia. As que foram resilientes, enfrentaram (e enfrentarão) mais facilmente as mudanças regulatórias, comerciais e competitivas, sendo capazes de atender as demandas de clientes, fornecedores, acionistas e comunidades impactadas.

Para isso, precisaram rever orçamentos e adequar estratégias. “Considerar ciclos mais curtos é essencial para repensar a rota em um contexto com mudanças tão rápidas”, opina Diogo Garcia, sócio-diretor e head do programa Emerging Giants Startups da KPMG Brasil.

Foi o que fez Mônica Schimenes, fundadora e CEO da MCM Brand Experience. A agência de comunicação integrada e marketing enxugou custos, ajustou equipe e remodelou contratações. A tomada de decisões também foi adaptada. Hoje, o planejamento de negócio é revisto a cada quarter e sua operação, semanalmente. “Com os números de contágio mudando toda semana, o empreendedor tem que ficar atento às notícias e avaliar o que precisa ser revisto para garantir a relevância e enfrentar os desafios”, reflete.

A adoção de tecnologias no dia a dia corporativo é outro ponto a ser considerado pelos empreendedores para agregarem resiliência aos seus negócios. Entretanto, Vitor Igdal, líder de comunidade da Confraria do Empreendedor e head de comunidades do ConfraHub, lembra que a transformação digital deve estar alinhada com uma mudança na cultura organizacional. “Se conseguirmos consolidar aprendizados e continuar reduzindo excessos, 2022 será um ano de evolução e um ponto de inflexão na vida de empreendedores, líderes e gestores.”

## Investimento em conhecimento e modernização

Os planejamentos comerciais não podem esquecer de investir. Afinal, isso é importante para a evolução da empresa. O foco deve ser a [formação de colaboradores](https://www.youtube.com/watch?v=ufiIfwnli8I) e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, inclusive para alinhar os negócios com as demandas de sustentabilidade do planeta, das pessoas e das comunidades.

“Tecnologias [emergentes](https://www.martha.com.br/tabela-de-tecnologias-disruptivas/) serão fundamentais para criar e aprimorar mercados”, aponta Andre Sanches, fundador da startup Alotuz e sócio do Instituto Êxito de Empreendedorismo. Ele cita como exemplos a bioimpressão, NFT, metaverso, entrega por drones e carros autônomos.

Se a empresa não tem verba suficiente, há diversas alternativas para concretizar os investimentos. “Linhas do governo, instituições creditícias e investidores estão dispostos a aumentar a oferta a quem está empreendendo”, avalia Sanches.

Mudança no consumo

A crise econômica mudou o padrão de consumo. As empresas, portanto, tiveram que responder ao fenômeno, que deve se agravar ao longo dos próximos anos. Segundo a [Rede Vírus](https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2021/10/impactos-economicos-da-pandemia-no-brasil-poderao-ser-observados-ate-2045), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o consumo que era projetado para os próximos anos deve diminuir por conta do grande número de mortes decorrentes da covid-19.

Nesse cenário, uma das iniciativas eficazes é “tangibilizar” o intangível, prevê Natália Lazarini, co-fundadora da Confraria do Empreendedor e consultora do programa Shark Tank Brasil. “Empresas e startups voltadas para serviços passarão cada vez mais a criar soluções digitais para diferenciar sua proposta de valor também com o objetivo de exponenciar.”

Uma possibilidade para concretizar a estratégia é fechar parcerias para gerar [novos negócios e novas experiências](https://www.revistahsm.com.br/post/fidelizacao-de-clientes-alcanca-mpes). “Um aplicativo de gastronomia pode indicar a receita ideal para apreciar com o vinho que o cliente receberá por meio de um programa de assinatura”, explica Lazarini.

*Para mais conteúdos sobre empreendedorismo e gestão de pequenas e médias empresas, acesse os artigos da [Comunidade Gestão PME](https://www.revistahsm.com.br/comunidade/gestao-pme).*

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura
Cobertura de evento
Cobertura HSM Management do “evento de eventos” mostra como o tempo de conexão pode ser mais bem investido para alavancar o aprendizado

Redação HSM Management

2 min de leitura
Empreendedorismo
Embora talvez estejamos longe de ver essa habilidade presente nos currículos formais, é ela que faz líderes conscientes e empreendedores inquietos

Lilian Cruz

3 min de leitura
Marketing Business Driven
Leia esta crônica e se conscientize do espaço cada vez maior que as big techs ocupam em nossas vidas

Rafael Mayrink

3 min de leitura
Empreendedorismo
Falta de governança, nepotismo e desvios: como as empresas familiares repetem os erros da vilã de 'Vale Tudo'

Sergio Simões

7 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)