Gestão de Pessoas

O que o futuro reserva para recursos humanos?

As transformações aceleradas exigem novos papéis do RH nas organizações. Neste artigo, proponho três deles e elenco algumas habilidades necessárias para desempenhá-los
Wellington Silvério é diretor de RH para América Latina na John Deere. Psicólogo, pós-graduado em RH, possui MBA em gestão de negócios e especialização em gestão do comportamento. É mestre em psicologia social com foco em bem-estar no trabalho.

Compartilhar:

O mundo mudou e seguirá mudando, e o que paira no ar é o quanto seremos capazes de resistir e existir ante a estas mudanças! No âmbito organizacional, tampouco existem paredes suficientemente fortes para deter o inevitável impacto das mudanças e o fato é que isso é muito bom para todos nós, empresas e profissionais.

Por décadas, temos assistido as organizações migrarem cada vez mais para modelos focados na competição desmedida, que, por diversas vezes, colocou o fator humano em segundo plano em prol de [maior produtividade](https://www.revistahsm.com.br/post/medindo-a-eficiencia-de-um-jeito-mais-eficiente), competividade e ganhos. O equívoco está em não perceber que valorizar as relações humanas como a base para um negócio sustentável se apresenta como o caminho de maior impacto e perenização das organizações.

Se está claro que a única constante é a mudança e que ela se dá por meio das pessoas, o capital humano ganha cada vez mais relevância. E onde isso tudo sinaliza para um futuro brilhante para a área e os profissionais de recursos humanos?

Ao assumir seu [papel de protagonista nos processos de transformação organizacional](https://www.revistahsm.com.br/post/de-chro-a-chief-of-experience-officer-cxo), a área de recursos humanos tem a real possibilidade de liderar o caminho na mudança do mindset dominante e ocupar seu lugar à frente do negócio de modo proativo.

À frente do negócio? Sim, pois ao identificar tendências, fazer as provocações corretas e necessárias, ao se expor, se comunicar com todos os níveis da organização de forma clara e eloquentemente, e incorporar uma atitude ágil e inovadora, o RH será o farol, guiando a organização, de forma segura, num mar revolto e transformacional.

## E agora, RH, quais são os caminhos?
Ao abraçar e desenvolver sua potencialidade, o RH torna-se o pilar fundamental para a [construção de organizações mais humanizadas](https://www.mitsloanreview.com.br/post/manifesto-para-um-rh-protagonista), que se sustentarão no tempo e serão referência de caminho e, consequentemente, de modelo a ser seguido.

Mas assumir uma nova postura não vai acontecer em um simples passe de mágica. Portanto, a área de RH deve navegar nas ondas da transformação e repensar suas atuais capacidades e assumir três papéis críticos ao sucesso:

### Desenhador organizacional
Neste papel, o RH se distancia da habitual padronização e aplicação de políticas internas e assume a responsabilidade de arquitetar estrategicamente o trabalho e modelos organizacionais em toda a empresa. Neste contexto, são habilidades essenciais do profissional de RH:

– Exercer presença genuína.

– Buscar novas responsabilidades e lugar no negócio.

– Adotar pensamento disruptivo.

– Manter o [foco na experiência do cliente](https://www.revistahsm.com.br/post/nao-e-apenas-cringe-impactos-das-geracoes-nas-estrategias-de-cx) e no negócio.

### Agente de transformação
Aqui, o que se espera é que a área de RH assuma, sem culpas ou desculpas, seu papel de real protagonismo de ação transformacional, capturando as grandes oportunidades na construção de uma organização voltada ao novo, construído no hoje. Para ser um agente de transformação, é preciso:

– Desenvolver [pensamento ágil e de inovação](https://www.revistahsm.com.br/post/a-sua-empresa-e-agil-mindset-cultura-aumentar-potencial-empreendedor).

– Adotar atitude de inovação.

– Acompanhar as tendências impactantes.

– Conectar-se com o futuro do trabalho e suas novas formas.

### Pensador estratégico
Por fim, na condição de pensador estratégico, o RH gera o combustível cultural necessário para a consolidação de organizações realmente prosperas e à frente em seu tempo. Para assumir este papel, é necessário:

– Incorporar prospectiva de futuro.

– Antecipar movimentos disruptivos.

– Identificar [inovação incremental](https://www.revistahsm.com.br/post/o-impacto-da-colaboracao-na-inovacao).

– Compreender as características de organizações exponenciais.

Em resposta às dúvidas sobre o que temos à frente e sua própria existência, fica claro que futuro na verdade se apresenta bastante estimulante e desafiador para a área de recursos humanos. Mãos à obra.

*Confira outros conteúdos sobre gestão de pessoas na [Comunidade HR4T – HR 4 Tomorrow](https://www.revistahsm.com.br/comunidade/hr4t-hr-for-tomorrow).*

Compartilhar:

Artigos relacionados

Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura