Inovação

Quer inovar? Fique atento a três tendências que persistem em 2023

ESG, transformação digital e biodiversidade são os temas que devem estar em pauta na agenda das organizações nos próximos meses
César Costa é sócio e diretor da Semente Negócios. Administrador pela UFRGS, mestre em inovação, tecnologia e sustentabilidade pelo PPGA/UFRGS. Estudou gestão na Lund University, gestão estratégica & negócios internacionais na University of La Verne, e estratégias disruptivas na Harvard Business School. É coach profissional e analista comportamental formado pelo Instituto Brasileiro de Coaching. É autor da metodologia Corporate-up, visando tornar organizações estabelecidas mais inovadoras.

Compartilhar:

A cada começo de ano é comum o surgimento de questões sobre quais serão as tendências e como o mercado de inovação irá se comportar no período. Impactos do pós-covid, a guerra na Ucrânia e até mesmo a COP-27, que ocorreu no fim de 2022, nos dão alguns indícios de quais temas estarão em pauta nos próximos meses.

Neste artigo, trago um pouco da minha experiência no setor de inovação para listar três tendências que ganharam mais atenção quando teve início a pandemia de covid-19, continuam fortes (ou ainda mais fortes) em 2023.

## 1 – Práticas ESG alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)
A crescente preocupação dos mercados em relação à sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas serão tendências para o segmento de inovação em 2023. Há hoje uma meta de redução de carbono em até 45% delimitada pelas Nações Unidas, a fim de frear o aquecimento global e limitar o aumento da temperatura do planeta, até 2030, ambicionando chegar a zero até 2050. Diante dessa agenda, mais de 70 países se comprometeram com as metas do chamado net zero (carbono zero). Nesse sentido, empresas e organizações que se colocam não como parte, mas como o desenvolvimento sustentável em si, serão mais bem-vistas, mais rentáveis e farão um diálogo mais direto com a sociedade e stakeholders.

Ao entender quais são seus impactos negativos e positivos no mundo, essas empresas serão capazes de agir sobre eles – e esse processo precisará ser guiado de maneira a gerar resultados reais, baseado em métodos validados, testados e aprimorados no mercado. Isso também valerá para o desenvolvimento de novos negócios e startups, a partir de uma mentalidade empreendedora voltada para essas mesmas práticas e objetivos. Somente se declarar sustentável não será suficiente. Será preciso ação – e orientação para isso.

## 2 – Transformação digital e governança de dados
Depois dos impactos gerados pela pandemia de covid-19, outro ponto de atenção diz respeito à capacidade de as empresas utilizarem a tecnologia para potencializar suas operações, simplificar e otimizar processos, ampliar a interação entre diferentes setores, além de facilitar a gestão e a governança de dados, cada vez mais valiosos nos dias atuais, para tomadas de decisão.

Segundo revelou um estudo da McKinsey sobre o nível de maturidade digital das empresas no Brasil, aquelas que desejam ser bem-sucedidas nesse processo precisam executar ações diretas relacionadas à sua estratégia, suas capacidades, organização e cultura. Atrelado a isso, a digitalização também irá orquestrar uma forma (meio e fim) de oferecer uma nova experiência de usuário, consistente e concisa, pois é capaz de melhorar a comunicação entre as pessoas e de ampliar o seu alcance.

## 3 – Biomas e a biodiversidade brasileira
Negócios que contribuam positivamente para a conservação dos biomas brasileiros (da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica) serão impulsionados neste ano – tanto em sua proposta de valor quanto em termos de financiamento. Com soluções voltadas para a preservação mas também para a manutenção desses ecossistemas, muitas empresas estão hoje olhando para suas ações e o seu core business, buscando meios de criar o impacto necessário ao contexto em que vivemos e pensando na continuidade de suas operações. Problemas energéticos e de combustível também farão parte do rol de problemas a serem solucionados.

Por fim, um desafio que unirá todas essas tendências diz respeito à capacidade cada vez maior que empresas e organizações terão para gerar valor compartilhado, fazendo com que negócios, produtos e serviços existam em prol do impacto positivo e sustentável socioambientalmente.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

José Blatazar S. Osório de Andrade Guerra, professor e coordenador na Unisul, fundador e líder do Centro de Desenvolvimento Sustentável (Greens, Unisul)

0 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)