Assunto pessoal

Reinvente sua relação (doentia) com o trabalho

O lançamento "The good enough job" oferece uma sugestão simples para começar

Compartilhar:

Lembra-se da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial, imortalizada em filmes como Casablanca? Mudar nossa identidade com o trabalho também é – precisa ser – uma operação de resistência. Para a maioria de nós, foi só durante as quarentenas pandêmicas que nos demos conta da relação obsessiva, doentia, que mantínhamos com o trabalho. Não é verdade? Os americanos culpam por isso seus antepassados protestantes, seu mito da autossuficiência, o boom de startups. Os brasileiros são menos obcecados do que os americanos, mas ainda assim são muitos que trabalham 14 horas por dia, sete dias por semana – e talvez culpem a instabilidade econômica que caracteriza o País ou a frágil rede de segurança social nacional.

Dá para passar pelo apocalipse dos workaholics e sair vivo do outro lado?

Um novo livro, *The good enough job: Reclaiming life from work*, de Simone Stolzoff, acredita que sim, mas avisa que esse pode ser um processo longo e complexo. Existe um ponto de partida muito simples para a jornada, segundo o autor: mudar a forma como distribuímos nosso tempo. “O trabalho se expande como um gás e preenche todo o nosso espaço desocupado. E, portanto, não sabem o que fazer quando não estão trabalhando e, portanto, trabalham o tempo todo”, observa Stolzoff. A internet, por sinal, só dificulta as coisas, mesmo quando usada para lazer: você sempre pode esbarrar em algo que tem a ver com trabalho, não é?
Stolzoff sugere que comecemos agendando mais atividades que, enquanto realizadas, tornam impossível trabalhar: correr, tricotar, ter um encontro com um amigo, ser ativista de algo.

__Leia também: [Três técnicas para manter a calma em crises…](https://www.revistahsm.com.br/post/tres-tecnicas-para-manter-a-calma-em-crises)__

Artigo publicado na HSM Management nº 157.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Até quando o benchmark é bom?

Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil – até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Inovação
7 anos depois da reforma trabalhista, empresas ainda não entenderam: flexibilidade legal não basta quando a gestão continua presa ao relógio do século XIX. O resultado? Quiet quitting, burnout e talentos 45+ migrando para o modelo Talent as a Service

Juliana Ramalho

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 4º país com mais crises de saúde mental no mundo e 500 mil afastamentos em 2023. As empresas que ignoram esse tsunami pagarão o preço em produtividade e talentos.

Nayara Teixeira

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Empresas que integram IA preditiva e machine learning ao SAP reduzem custos operacionais em até 30% e antecipam crises em 80% dos casos.

Marcelo Korn

7 min de leitura
Empreendedorismo
Reinventar empresas, repensar sucesso. A megamorfose não é mais uma escolha e sim a única saída.

Alain S. Levi

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A Inteligência Artificial deixou de ser uma promessa futurista para se tornar o cérebro operacional de organizações inteligentes. Mas, se os algoritmos assumem decisões, qual será o papel dos líderes no comando das empresas? Bem-vindos à era da gestão cognitiva.

Marcelo Murilo

12 min de leitura
ESG
Por que a capacidade de expressar o que sentimos e precisamos pode ser o diferencial mais subestimado das lideranças que realmente transformam.

Eduardo Freire

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A IA não é só para tech giants: um plano passo a passo para líderes transformarem colaboradores comuns em cientistas de dados — usando ChatGPT, SQL e 360 horas de aprendizado aplicado

Rodrigo Magnago

21 min de leitura
ESG
No lugar de fechar as portas para os jovens, cerque-os de mentores e, por que não, ofereça um exemplar do clássico americano para cada um – eles sentirão que não fazem apenas parte de um grupo estereotipado, mas que são apenas jovens

Daniela Diniz

05 min de leitura
Empreendedorismo
O Brasil já tem 408 startups de impacto – 79% focadas em soluções ambientais. Mas o verdadeiro potencial está na combinação entre propósito e tecnologia: ferramentas digitais não só ampliam o alcance dessas iniciativas, como criam um ecossistema de inovação sustentável e escalável

Bruno Padredi

7 min de leitura