Uncategorized

Sobre caminhos e escolhas

O que dá vida à nossa existência é o conjunto de grandes e pequenas decisões que escolhemos tomar para construir a nossa história pessoal
Diretora de soluções educacionais in company da HSM Educação Executiva, atua como consultora de empresas e é professora e gerente de projetos da Fundação Dom Cabral. Formada em psicologia pela PUC Minas, também é mestre em educação a distância.

Compartilhar:

Minha mãe pintava telas e desenhava. Com muitos lápis e tubos de tintas de várias cores, ela ia fazendo traços até que ganhassem vida. Depois de prontas, eu olhava admirada as imagens surgidas nas telas ou na primeira página dos nossos cadernos. 

Quando eu perguntava a ela como aquelas imagens aconteciam, ela dizia que fazia escolhas. Só mais tarde eu entendi que os traços e as linhas de um desenho ou de uma tela são como as escolhas para a nossa vida. O que dá vida à nossa existência é o conjunto de grandes e pequenas decisões que escolhemos tomar para construir nossa história pessoal.

Escolhas são um privilégio natural do ser humano. Nós sempre teremos escolhas a fazer diante das situações que se apresentam. Acontece que algumas trazem consequências com as quais nem sempre queremos conviver. 

O grande impasse é que toda escolha é uma perda. E isso, por si só, pode acarretar conflitos, dúvidas, medo, indecisão.

No mundo V.U.C.A. (volátil, incerto, complexo e ambíguo, na sigla em inglês) em que vivemos, fazer escolhas adequadas se torna cada dia mais determinante e fundamental para alcançar metas e propósitos, sejam profissionais ou não. Assim como em um caminho desconhecido, seguir em frente, virar à direita ou à esquerda pode nos levar a lugares indesejados. 

Dada a importância central das escolhas para nossa vida, não seria óbvio que nós tivéssemos todo cuidado com elas? Não seria importante aprimorar o processo de escolher a fim de produzir os melhores efeitos possíveis a cada escolha? 

Toda escolha pressupõe um certo grau de risco e um certo grau de incerteza. Por isso, a emoção presente no ato de escolher é o medo. Um pouco mais ou um pouco menos, dependendo da situação, mas sempre enfrentaremos medos potenciais em qualquer escolha que fizermos. 

O autoconhecimento e a ampliação da consciência são requisitos fundamentais para escolhas mais consistentes e, possivelmente, mais efetivas. Aprender sobre si mesmo é tão ou mais importante do que aprender sobre o contexto em que você atua. 

Somos seres V.U.C.A. também! E precisamos compreender nossas incertezas, complexidades e ambiguidades para então encontrar os caminhos que nos levem ao propósito que fará de cada um de nós o melhor que podemos ser.

É de um autor anônimo a afirmativa: “No seu último dia na Terra, a pessoa que você se tornou vai encontrar a pessoa que você poderia ter se tornado”. 

Independentemente de quem você vai encontrar, você será o produto de suas escolhas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Transformando complexidade em terreno navegável com o framework AIMS

Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares – precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

O que move as mulheres da Geração Z a empreender?

A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais – e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

O fim dos chatbots? O próximo passo no futuro conversacional 

O futuro chegou – e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Liderança
Como a promessa de autonomia virou um sistema de controle digital – e o que podemos fazer para resgatar a confiança no ambiente híbrido.

Átila Persici

0 min de leitura
Liderança
Rússia vs. Ucrânia, empresas globais fracassando, conflitos pessoais: o que têm em comum? Narrativas não questionadas. A chave para paz e negócios está em ressignificar as histórias que guiam nações, organizações e pessoas

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Empreendedorismo
Macro ou micro reducionismo? O verdadeiro desafio das organizações está em equilibrar análise sistêmica e ação concreta – nem tudo se explica só pela cultura da empresa ou por comportamentos individuais

Manoel Pimentel

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Aprender algo novo, como tocar bateria, revela insights poderosos sobre feedback, confiança e a importância de se manter na zona de aprendizagem

Isabela Corrêa

0 min de leitura
Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O SXSW revelou o maior erro na discussão sobre IA: focar nos grãos de poeira (medos e detalhes técnicos) em vez do horizonte (humanização e estratégia integrada). O futuro exige telescópios, não lupas – empresas que enxergarem a IA como amplificadora (não substituta) da experiência humana liderarão a disrupção

Fernanda Nascimento

5 min de leitura