Sustentabilidade

COP 27 e o custo real da moda

O assunto é urgente e é preciso que todos os setores minimizem seus rastros no meio ambiente
Guilherme Weege, CEO do Grupo Malwee, formado em Administração pela FAAP, Alumni de Harvard e especializações em Wharton, Insead e UCI. Empreendedor serial, atualmente é investidor e conselheiro de diversas empresas e startups como a Infracommerce, a maior empresa de ecommerce full service do Brasil. Conselheiro da Endeavor Brasil e membro-sócio da YPO (Young Presidents' Organization), divide seu tempo com trabalhos sociais e mentoring de jovens empresários e empreendedores brasileiros.

Compartilhar:

O debate público sobre o cuidado com o meio ambiente não é algo novo. Antes contemplado pela ecologia, o tema evoluiu para o conceito de sustentabilidade. Agora, falamos em ESG e como conectar a estratégia dos negócios aos pilares social, ambiental e de governança.

Consciente de que a moda é um dos setores mais poluentes do planeta, sendo responsável por grandes porcentagens das emissões de gases de efeito estufa (CO²) e da poluição industrial das águas, proponho uma reflexão sobre o papel do mundo da moda e o seu impacto no planeta. Afinal, toda mudança nasce de uma provocação: como eu e o meu negócio podemos construir um futuro hoje?

Está acontecendo a 27ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, também conhecida como COP 27, no Egito. Esta é uma ocasião relevante para incentivar e amplificar este debate.

A sustentabilidade empresarial é um dos caminhos para garantir ações concretas que garantam a sobrevivência do planeta. Hoje, não é possível tratar deste tema se não for com profundidade e em diferentes níveis dentro das corporações. Precisamos usar essa capacidade de criar e manter laços de respeito e confiança com nossos clientes, funcionários, fornecedores, empresas do setor têxtil, sociedade e até mesmo com o planeta para nos fortalecer enquanto humanidade.

As companhias que estão abordando o assunto corretamente entenderam que as questões ambientais podem afetar o modelo de negócio atual e futuro, e decidiram integrar valores, metas e métricas nas estratégias para mitigar riscos.

## Exemplo e provocação
Um dos caminhos que se apresenta é justamente o da inovação, buscando alternativas que garantam processos mais sustentáveis. É importante salientar que quando decidimos fazer diferente, produzir roupas gerando o menor impacto para o planeta, muitos desafios se apresentam. É preciso dedicação, expertise, estudo e uma equipe engajada em um objetivo comum.

A circularidade é uma grande esperança para o futuro da sociedade e também um desafio. Aplicar seus princípios pode reduzir significativamente a pressão sobre o consumo de recursos naturais e do meio ambiente, mudar o fluxo dos processos e das cadeias de valor, criando novos modelos de negócio que são desafiadores, diante da transformação fast fashion do mundo da moda.

Investir em parcerias de uso e pós-uso, destinação correta de resíduos têxteis e até mesmo em uma nova postura diante do consumidor podem ser alternativas que contribuam nesse sentido. Tudo começa com exemplo e provocação. Acredito no poder da mobilização coletiva e no engajamento do maior número de pessoas possíveis.

## Sustentabilidade com todos
Precisamos ter em mente que essa é uma agenda que, nem de longe, mostra ser uma tendência ou modismo. É um tema que permeia todos os mercados, em diferentes estágios de desenvolvimento, e reflete os valores contemporâneos que ganharam força.

Exposto tudo isso, reforço a importância da atuação de cada empresa individualmente, mas acredito que podemos alcançar muito mais se nos unirmos. Inspirando as pessoas, tanto no quadro colaborativo, quanto nossos pares e parceiros de negócio; desenvolvendo um trabalho interno consistente com a cadeia produtiva; e tendo como propósito o cuidado coletivo, com as pessoas e com o planeta. Além de provocar os nossos consumidores sobre os produtos que eles adquirem e sua origem. É nosso papel informar as pessoas para que elas possam fazer boas escolhas.

Como defendo, não queremos ser sustentáveis sozinhos. A urgência no assunto pede o amadurecimento de toda a sociedade. É preciso que todos os setores repensem seus processos e, principalmente, minimizem suas pegadas ambientais.

As relações duradouras que defendemos passam também pelo esforço coletivo, pois construir o futuro é um desafio colaborativo. Vamos juntos nessa jornada pelo bem do planeta?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)