Estratégia e Execução

Alternativa que vem das águas (usadas)

Diante da nova crise provocada pela volatilidade do preço do petróleo, especialistas mostram que há caminhos viáveis para as energias sustentáveis, em artigo publicado no portal Knowledge@Wharton

Compartilhar:

Quando selecionamos este artigo para a revista, o derretimento total do preço do petróleo ainda não tinha ocorrido. Tornou-se então ainda mais atual ao lembrar que, no início de março, a disputa entre Arábia Saudita e Rússia em torno do preço do barril do petróleo abalou as bolsas de valores em todo o mundo, antecipando um período de queda nos preços das ações que se tornaria ainda mais intenso com as incertezas sobre o novo coronavírus e seus efeitos negativos para a economia. 

Entre outros aspectos, a queda de braço entre dois gigantes produtores de petróleo evidencia como a persistente dependência do mundo em relação aos combustíveis fósseis continua sendo um desafio significativo para qualquer tentativa de implementação de uma política energética sustentável. 

Mas será esse o único cenário viável? E se fosse possível contar com uma fonte de energia descentralizada, apolítica e renovável? Essa é a pergunta que fazem dois especialistas – Benjamin Rubin, consultor de políticas públicas de Nova York, e Harvey Rubin, professor de medicina e ciência da computação na University of Pennsylvania – em artigo publicado no portal Knowledge@Wharton.

Os autores defendem a energia hidrelétrica como alternativa sustentável, mas lembram que essas usinas dependem de enormes barragens construídas pelo homem. “A energia gerada é enorme, mas as hidrelétricas não são perfeitas”, afirmam.

Os estudos ambientais mais recentes mostram que o efeito adverso que uma barragem tem sobre um rio ou ecossistema fluvial pode quase superar o benefício dessa energia verde. Além disso, à medida que a distribuição centralizada perde espaço para a geração e a distribuição baseadas em recursos locais, a abordagem atual da energia hidrelétrica deve ser atualizada, com novas tecnologias e novos sistemas de informação e gestão. “Sugerimos uma abordagem simples: identificar onde a água flui e aproveitá-la de modo eficiente”, escrevem. 

Benjamin e Harvey explicam que uma pessoa nos Estados Unidos consome, em média, de 300 a 400 litros de água por dia (no Brasil, calcula-se 200 litros por dia). “Estamos literalmente jogando esse recurso no vaso sanitário”, acrescentam.

Onde então buscar a água para gerar energia? 

Os autores apontam seis fontes potenciais:

* A água que entra e sai dos grandes edifícios urbanos; 
* Estações de tratamento de águas residuais; 
* Instalações de engarrafamento comercial; 
* Agricultura industrial/irrigação; 
* Instalações municipais; 
* Indústrias de mineração e perfuração.

Graças aos avanços na tecnologia de turbinas, especificamente turbinas eficientes de “baixo fluxo” e à nova era de localização e democratização da distribuição da produção de energia, essas áreas estão prontas para serem exploradas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Você tem repertório para liderar?

Liderar hoje exige mais do que estratégia – exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Empreendedorismo
Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Ivan Cruz

7 min de leitura
ESG
Resgatar nossas bases pode ser a resposta para enfrentar esta epidemia

Lilian Cruz

5 min de leitura
Liderança
Como a promessa de autonomia virou um sistema de controle digital – e o que podemos fazer para resgatar a confiança no ambiente híbrido.

Átila Persici

0 min de leitura
Liderança
Rússia vs. Ucrânia, empresas globais fracassando, conflitos pessoais: o que têm em comum? Narrativas não questionadas. A chave para paz e negócios está em ressignificar as histórias que guiam nações, organizações e pessoas

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Empreendedorismo
Macro ou micro reducionismo? O verdadeiro desafio das organizações está em equilibrar análise sistêmica e ação concreta – nem tudo se explica só pela cultura da empresa ou por comportamentos individuais

Manoel Pimentel

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Aprender algo novo, como tocar bateria, revela insights poderosos sobre feedback, confiança e a importância de se manter na zona de aprendizagem

Isabela Corrêa

0 min de leitura
Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura