Cultura organizacional

Como preservar a cultura organizacional trabalhando com times híbridos

Multinacional Swile mostra que é possível manter, compartilhar e fortalecer a cultura organizacional com parte das equipes em casa e outra parte no escritório
Leonardo Pujol e Paulo César Teixeira são colaboradores de HSM Management.

Compartilhar:

Já é quase consenso que, após a superação da pandemia da covid-19, as empresas deverão preservar como legado o trabalho na [modalidade híbrida](https://www.google.com/url?q=https://www.revistahsm.com.br/dossie/gestao-de-times-hibridos&sa=D&source=docs&ust=1637849803850000&usg=AOvVaw09x7DiJtps2gMRb2hFz674). Entre os desafios que se apresentam diante do quadro, um dos mais importantes é como preservar a cultura organizacional, quando parte das equipes atua remotamente e outra parcela de colaboradores se encontra no escritório.

Certamente, a forma como a cultura corporativa se faz presente e o modo com que as pessoas interagem na rotina de trabalho diferem de uma organização para outra. Na [Swile](https://www.swile.co/pt-br), empresa internacional de worklife experience que acaba de chegar ao Brasil com [benefícios flexíveis](https://www.google.com/url?q=https://blog.vee.digital/beneficios-flexiveis/&sa=D&source=docs&ust=1637849859018000&usg=AOvVaw1Yt1qmveulWGSj3GP__1QW), a cultura organizacional está presente desde o processo de recrutamento, como salienta Martha Santos, people experience partner da empresa.

“A intenção é ter pessoas com afinidade com a forma de fazermos as coisas. Obviamente, não queremos que sejam um clone, afinal, elas chegam até nós como são. Mas temos valores, e queremos pessoas que se identifiquem com eles”, explica Santos, que trabalha na sede da Swile, na França.

A seguir, entenda como a empresa mantém a cultura organizacional trabalhando com times híbridos.

## Trabalho em equipe e feedback

Entre os valores da Swile, um dos mais essenciais é saber trabalhar em equipe. “Muitas práticas e decisões são tomadas em equipe. Neste sentido, a colaboração é fundamental. O onboarding (processo de integração do novo colaborador) ajuda a criar essas bases”, acrescenta Santos. Outro ponto relevante é a [cultura do feedback](https://www.revistahsm.com.br/ebooks/manual-do-feedback), que se vale de ferramentas como as enquetes feitas mensalmente junto aos funcionários, por meio das quais é possível medir a “temperatura” do clima no ambiente de trabalho. “Com o remote chart, que tem expressa a nossa política de trabalho remoto, ficamos sempre atentos aos feedbacks para trabalhar as melhorias necessárias a fim de melhor atender todos os Swilers.”

## Benefícios

Camila Lucena, people experience partner da Swile no Brasil, destaca a importância dos benefícios. “Querendo ou não, se a pessoa conta com benefícios que ajudam a pagar determinadas contas, a mente fica menos preocupada e ela consegue focar melhor no seu trabalho. Com isso, sente-se mais realizada e satisfeita com o que entrega na empresa e com o que consegue atingir em termos de sucesso profissional”. Ela lembra ainda que o conjunto de benefícios da Swile está focado em bem-estar e no desenvolvimento dos colaboradores. “Afinal, somos uma empresa de benefícios. Então, é importante que entreguemos os melhores internamente também.”

## Equipes tech atuam 100% remoto

Mesmo antes da pandemia, a Swile já tinha equipes no formato full remote. Os times tech, por exemplo, estão acostumados a trabalhar assim. Neles, do engenheiro júnior ao CTO, é tudo 100% on-line. De acordo com Martha Santos, ter o gestor no “mesmo regime” ajuda até como forma de fortalecer a empatia entre os profissionais. Para alinhar as ações, as equipes tech fazem reuniões diárias.

“Para que não ocorram perdas aos que trabalham remotamente, temos diversos rituais que compensam a falta de interação presencial como a habitual fila do almoço ou a pausa do cafezinho. Esses rituais pensados para times remotos representam oportunidades de fortalecer a comunicação e a interação”, explica a gestora. Mesmo com esses rituais, o RH incentiva que sejam realizados também encontros presenciais de tempos em tempos.

## Futuro é híbrido

No Brasil, o trabalho com equipes híbridas é uma realidade para a Swile. “Essa situação impõe alguns alertas. É preciso prestar atenção para a tomada de decisão, no sentido de verificar se existe alinhamento. Por isso, as pessoas se encontram mensalmente, seja em treinamento, convenção ou alguma outra atividade que assegure interação”, diz Camila Lucena, people experience partner da Swile Brasil.

Uma desvantagem no país é a qualidade da infraestrutura de internet nas residências em algumas localidades. Nem todos os profissionais dispõem das condições necessárias para trabalhar full remote. “Estamos sempre em contato para saber se a pessoa se sente bem em casa ou se acredita que vai ser muito difícil trabalhar remotamente”, complementa.

Já na França, a Swile determinou a adesão integral das equipes por uma modalidade ou outra para que não haja desacertos. “Somos cautelosos com equipes que trabalham parte no escritório (office first) e outra parte 100% online (full remote). Aqui, a equipe toda ou é office ou é remote. Pensamos equipe por equipe, que precisa estar junta, conversar entre si”, diz Martha Santos. Para os times que trabalham em casa, a sugestão é que realizem encontros presenciais uma vez por mês. Mas cabe aos profissionais a decisão final sobre a periodicidade das reuniões no escritório.

## Rituais alinham práticas e valores

Camila Lucena sublinha a necessidade de manter os rituais que, no dia a dia, preservam a coesão da [cultura corporativa](https://www.revistahsm.com.br/ebooks/ebook-cultura-consciente-hsm). “Quando temos rituais, a relação entre líder e liderado é muito bem construída”, diz. Isso envolve a realização de reuniões frequentes para que as pessoas tenham segurança e se sintam confortáveis para dizer quando algo não está bem ou se elas precisam de ajuda.

Uma coisa é certa: estamos todos aprendendo diante da nova realidade. “Vamos melhorando pouco a pouco, porque não temos todas as respostas de uma só vez”, afirma Martha Santos, people experience partner da multinacional. Ela acrescenta: “É preciso prestar atenção nas equipes, acompanhar as pessoas, este é o papel da big partner, para ver se tudo está indo bem, principalmente, quando estamos vivendo um crescimento acelerado, como é o caso da Swile. Queremos fazer tudo de forma responsável, dando o suporte necessário para que as equipes consigam atuar da melhor forma possível”.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura