Uncategorized

Deloitte Índia: criatividade no ambiente de trabalho

O problema da subsidiária dessa firma de consultoria era engajamento insuficiente. A solução? Uma competição entre equipes. Resultado: colaboradores inspirados a desempenhar melhor
O artigo é de Hari Kumar, sócio-gerente da operação da Deloitte na Índia, e Satish Raghavendran, vice-presidente de consultoria de serviços financeiros da Deloitte no país.

Compartilhar:

**PROBLEMA**

Promover o engajamento de colaboradores pode ser um problema especialmente grande em organizações cujas equipes trabalham em diferentes fusos horários ao redor do mundo. os processos de gestão de talentos nessas empresas não raro reforçam a conformidade ao que já existe, legitimam a mediocridade e penalizam tentativas frustradas de pensar de maneira inovadora. Para os colaboradores, um modo de sobreviver nesses ambientes é mediocrizar-se. Cientes disso, pensamos em como os líderes de nossa organização na Índia poderiam estimular o engajamento e a criatividade e, ao mesmo tempo, promover uma cultura que recompensasse a inovação e o empreendedorismo. 

**SOLUÇÃO IMPLEMENTADA**

Demos início, então, a uma competição entre quatro unidades da Deloitte no país. equipes de colaboradores deveriam desenvolver soluções para um amplo espectro de problemas. elas foram avaliadas segundo critérios que incluíam capacidade de identificar fatores críticos, qualidade de análises, capacidade de encontrar soluções que desafiassem o status quo e efetividade na comunicação de sua visão. intitulado “Maverick”, o programa foi criado para desafiar a visão convencional das relações colaborador-empregador e encontrar novas maneiras de conquistar corações e mentes dos funcionários. 

Queríamos estimular o pensamento crítico e a colaboração e encontrar uma alternativa à relação hierárquica tradicional. o jogo evoluía em eliminatórias semanais. além de pequenas recompensas financeiras, os vencedores recebiam prêmios destinados a fazer avançar os objetivos do programa, como a oportunidade de trabalhar com líderes seniores em projetos desafiadores. Como a competição de 2009 tinha sido muito boa, foi repetida em 2010 e expandida em 2012 para diversos campi universitários pela Índia, o que revitalizou a identidade de marca no país e ajudou a recrutar pessoas bem qualificadas.

**RESULTADOS**

No final de 2012, participantes do programa, profissionais de apoio a ele e outros colaboradores não diretamente envolvidos avaliaram o Maverick em termos de sua influência sobre a cultura da organização em 15 áreas, que incluíam imagem de marca, dinâmica do ambiente de trabalho e reconhecimento. no geral, os 506 entrevistados afirmaram que a competição teve impacto muito positivo sobre a cultura corporativa. os aspectos mais valorizados por eles foram: 

•  As oportunidades de networking; 

•  A diversão e o lado envolvente da experiência; e 

•  O trabalho em equipe. entre os que trabalhavam para a Deloitte por pelo menos três anos, um dos atributos mais citados foi o enriquecimento da imagem da empresa, o que também era nosso objetivo.

**LIÇÕES**

Foram importantes os elementos reunidos pelo programa para motivar as pessoas e beneficiar a companhia: •  Equipes limitadas a quatro pessoas, para que a colaboração fosse promovida e a solução construtiva de conflitos, facilitada. isso ajudou a desenvolver confiança, pois permitiu divisão clara de papéis, bem como transparência e accountability. •  Amplitude, uma vez que os participantes podiam livremente atacar os problemas da empresa e questionar o conhecimento recebido. isso fez aumentar o nível de contribuição dos colaboradores, que, libertos da necessidade da conformidade, tornaram-se mais criativos. •  Diversão, já que o Maverick constituía uma oportunidade de en

volvimento e experimentação em um ambiente seguro para liberar a imaginação e estabelecer conexão emocional. aumentou, assim, o senso de propriedade. •  Liberação da estrutura hierárquica costumeira, de modo que as pessoas aprenderam a tomar decisões e a responsabilizar-se por elas, a analisar o status quo e a propor soluções. Desenvolveram, ainda, resiliência e capacidade de adaptação. •  Aperfeiçoamento da cultura corporativa, na medida em que os concorrentes tiveram oportunidade de mostrar competências e comportamentos necessários para entregar serviço superior ao cliente

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Processo seletivo é a porta de entrada da inclusão

Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas – e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Você tem repertório para liderar?

Liderar hoje exige mais do que estratégia – exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura