Carreira

Entre a carreira ideal e a realidade

Precisamos perguntar aos jovens como eles irão construir as suas carreiras, mostrando que a realidade traz desafios distantes de um sonho impecável, e infantil, de sucesso profissional
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

“O que você quer ser quando crescer?”. Temos o costume de fazer essa pergunta para as crianças. E a resposta – carregada de inocência – vem mais ou menos assim: professora, bombeiro, médica, atriz, modelo, policial, dentista.

São sempre exemplos formados, já concretizados. Isso porque as crianças não pensam no processo da conquista. Nós, satisfeitos com as respostas e sabendo que elas devem mudar ao longo do tempo, aceitamos.

Quando essas crianças chegam na adolescência, continuamos fazendo a mesma pergunta. Nesse momento, as respostas seguem uma lógica parecida, mas com uma pitada mais madura, uma vez que a visão de mundo também se desenvolveu com a idade: juiz, engenheiro, fotógrafo, advogada, cirurgião, empresária, etc. E se as respostas nos satisfazem, aceitamos novamente. E é aí que mora o problema.

## Jovens, como vocês conquistam seus objetivos?

Poucas são às vezes que questionamos o processo de conquista dessas carreiras. Não temos o costume de perguntar o que o jovem vai fazer para conquistar o seu objetivo. Ou como ele vai fazer para chegar na posição que deseja.

O que acontece quando esse processo de conquista dos ideais de carreira do jovem não é questionado? Criamos a ideia de que não existem [etapas que devem ser percorridas até a concretização do objetivo final](https://revistahsm.com.br/post/plato-de-carreira-como-superar-a-estagnacao-profissional). E mais: dificultamos a percepção de que existem infinitas possibilidades de se alcançar o que deseja. Além disso, muitas vezes ignoramos que o jovem deseja também mudar com as experiências adquiridas ao longo do caminho.

O resultado é este: criamos uma cultura do pensamento sobre carreira ideal. Por que isso deve ser visto como um problema? Porque o jovem não aprende a enxergar a sua carreira como uma construção, ele a vê como algo imutável.

Ele cresce idealizando uma parede pronta e não entende que, por dentro da textura, existem cimento, tijolos, e energia, e que essa parede sempre poderá mudar de tamanho e formato.

## Cultivar a ideia de construção de carreira

Devemos falar sobre construção de carreira porque a carreira ideal não existe. Existe o que você gostaria que acontecesse no seu futuro. Entretanto, até que isso se concretize, alguns passos precisam ser dados. Esses passos fazem toda a diferença porque o mundo está mudando o tempo todo, e nós também. O que é ideal hoje, pode não ser mais ideal daqui a três anos.

Por isso, devemos pensar qual deve ser o nosso [próximo passo de carreira](https://revistahsm.com.br/post/aprendizado-constante-a-habilidade-mais-importante-de-um-profissional). O que devemos fazer nos próximos 3 a 5 anos. Isso significa refletir sobre a nossa meta de carreira e trazer questionamentos sobre o que e como podemos fazer para alcançar tal coisa.

É necessário encarar [cada passo da carreira como um ciclo](https://www.revistahsm.com.br/post/como-destravar-a-carreira-se-nao-se-sabe-por-onde-comecar), e cada ciclo como um “experimento”. Perguntas como, “o que posso aprender nesse processo? O que fez sentido? O que não fez? E qual deve ser o próximo passo?” devem fazer parte do dia a dia de quem está buscando se encontrar no mundo do trabalho e garantir uma carreira de sucesso.

Em síntese, é fundamental que o jovem perceba (ou tenha consciência) que mais importante do que escolher a carreira ideal é ter um método para estar, a cada dia, se aproximando um pouquinho mais dela.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura
Cobertura de evento
Cobertura HSM Management do “evento de eventos” mostra como o tempo de conexão pode ser mais bem investido para alavancar o aprendizado

Redação HSM Management

2 min de leitura
Empreendedorismo
Embora talvez estejamos longe de ver essa habilidade presente nos currículos formais, é ela que faz líderes conscientes e empreendedores inquietos

Lilian Cruz

3 min de leitura
Marketing Business Driven
Leia esta crônica e se conscientize do espaço cada vez maior que as big techs ocupam em nossas vidas

Rafael Mayrink

3 min de leitura
Empreendedorismo
Falta de governança, nepotismo e desvios: como as empresas familiares repetem os erros da vilã de 'Vale Tudo'

Sergio Simões

7 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)