Uncategorized

Foco no essencial e na essência

Enquanto algumas empresas estão tentando entender uma nova realidade, outras se adaptam rapidamente e já operam diferente. O que têm em comum as que trilham novos caminhos?
Trocou as grandes corporações pelo mundo das startups e atualmente é CMO da unico, IDTech especializada em tecnologia para identidades digitais.

Compartilhar:

Um dos motivos que me trouxeram para o mundo das startups foi a possibilidade de vivenciar uma cultura mais ágil, flexível, com foco em execução e ajustes rápidos de rota.

 Se o mundo é cada vez mais VUCA (do inglês, volátil, incerto, complexo e ambíguo), estar neste ambiente significaria um grande aprendizado. Só não imaginei que isso seria elevado a décima potência por conta dos impactos do novo coronavírus no mundo dos negócios. 

Resultado? Em duas semanas já operávamos em novo formato. Reflexo de ações certeiras, que podem servir de inspiração para outros negócios.

Primeiro, o essencial
———————

Mesmo que a sua empresa já estivesse de olho no que acontecia na China e, minimamente tenha se preparado para os impactos da pandemia no Brasil, certamente não conseguiu prever todos os desdobramentos da crise por aqui. 

Por isso, tão logo o isolamento social foi recomendado pelas autoridades públicas, as empresas que saíram na frente foram aquelas que rapidamente se voltaram ao que é de fato essencial: cuidar da saúde, tanto das pessoas quanto da organização.

Mandar todos para casa, cuidar do bem-estar e garantir uma comunicação clara e constante foram as primeiras ações voltadas ao público interno. Já para a saúde do negócio, apertar os cintos para enfrentar a turbulência era o mais indicado a se fazer.

Na Acesso Digital, por exemplo, o lema passou a ser “ter pulmão forte para enfrentar a crise”. 

Mesmo vindo de um crescimento acelerado, tendo dobrado de tamanho em 2019, a incerteza provocada pela pandemia colocou a liderança em estado de alerta e algumas ações, apesar de duras, foram tomadas. 

De redução de salários dos executivos, passando pelo redimensionamento do tamanho do time, chegando até a renegociação de contratos, em duas semanas já estávamos reconfigurados. 

Energia que vem do propósito
—————————-

Apesar de todo o lado trágico desta crise que vivemos como sociedade, vejo um movimento de transformação emergindo de muitas empresas. 

E o incrível é perceber que mesmo as organizações maiores, que não se movem na mesma velocidade de uma startup, estão conseguindo inovar e se reinventar em meio ao caos. 

Em comum, percebo que estas empresas conseguiram resgatar a energia que vem do propósito, ajustando o como fazer, mas sem abrir mão do seu porquê.

Por aqui decidimos levar a nossa solução gratuitamente para hospitais, que passaram a admitir funcionários com agilidade, oferecemos a biometria facial para tornar os programas de distribuição de renda mais seguros, e ainda entramos no segmento de telemedicina, ajudando a viabilizar atendimentos remotos sem riscos de fraudes.

Estamos alavancando o nosso propósito de facilitar a vida das pessoas por meio da identidade digital, de uma maneira muito relevante. Isso nos tornou fortes, cidadãos!

Esta energia nos impulsionou, trazendo resultados significativos: crescimento de 40% no número de clientes do produto de assinatura eletrônica; entrada no segmento de saúde; conquistas de novos contratos em grandes empresas. 

Nestes novos tempos, acredito que não será o tamanho da organização o fator determinante para que rápidas mudanças aconteçam, e sim a qualidade da liderança. 

Como prega Bill George, senior fellow da Harvard Business School, é preciso que sejamos líderes VUCA: que tenhamos uma visão clara (Vision), entendamos as nossas fortalezas e ambiente (Understanding), sejamos corajosos para tomar decisões (Courage) e flexíveis para a rápida adaptação (Adaptability). Assim, estaremos sempre prontos para enfrentar qualquer adversidade.

Compartilhar:

Artigos relacionados

ESG, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
3 de setembro de 2025
O plástico nasceu como símbolo do progresso - hoje, desafia o futuro do planeta. Entenda como uma invenção de 1907 moldou a sociedade moderna e se tornou um dos maiores dilemas ambientais da nossa era.

Anna Luísa Beserra - CEO da SDW

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura
Liderança, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1 de setembro de 2025
Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

Redação HSM Management

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
1 de setembro de 2025
Na era da creator economy, influência não é mais sobre alcance - é sobre confiança. Você já se deu conta como os influenciadores se tornaram ativos estratégicos no marketing contemporâneo? Eles conectam dados, propósito e performance. Em um cenário cada vez mais automatizado, é a autenticidade que converte.

Salomão Araújo - VP Comercial da Rakuten Advertising no Brasil

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
29 de agosto de 2025
Estamos entrando na temporada dos planos estratégicos - mas será que o que chamamos de “estratégia” não é só mais uma embalagem bonita para táticas antigas? Entenda o risco do "strategy washing" e por que repensar a forma como construímos estratégia é essencial para navegar futuros possíveis com mais consciência e adaptabilidade.

Lilian Cruz, Cofundadora da Ambidestra

4 minutos min de leitura
Empreendedorismo, Inovação & estratégia
28 de agosto de 2025
Startups lideradas por mulheres estão mostrando que inovação não precisa ser complexa - precisa ser relevante. Já se perguntou: por que escutar as necessidades reais do mercado é o primeiro passo para empreender com impacto?

Ana Fontes - Empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Tecnologia & inteligencia artificial
26 de agosto de 2025
Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech

4 minutos min de leitura
Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura