Editorial

Neurotransmissores, experiência total e IA

A 157ª edição da HSM Management tem como tema principal a experiência total que as empresas oferecem às pessoas com que se relacionam, como prover boas experiências a clientes, funcionários e outros stakeholders
CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. Pós-graduado em finanças, possui MBA com extensão na China, na França e na Inglaterra. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro. É casado com a Marcia e coleciona discos de vinil.
CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. Pós-graduado em finanças, possui MBA com extensão na China, na França e na Inglaterra. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro. É casado com a Marcia e coleciona discos de vinil.

Compartilhar:

Nunca se falou tanto em neurotransmissores como agora. Sem pretensão científica, eu diria que se trata daquelas substâncias químicas cerebrais responsáveis por passar informações entre um neurônio e outro, e que podem mandar mensagens inibitórias ou excitatórias – afetando bastante o comportamento humano, portanto.

É inegável que o impacto dos neurotransmissores em nossas vidas é uma descoberta extremamente relevante para os negócios, sobretudo em uma era em que a experiência das pessoas com as empresas define cada vez mais o sucesso ou o fracasso. E também em uma era marcada – quem sabe, moldada – pela inteligência artificial. Afinal, algoritmos podem induzir a produção de neurotransmissores, da maneira certa e/ou da maneira errada.

Inicio esta mensagem abordando neurotransmissores porque me parecem centrais a vários dos temas desta edição. Em primeiro lugar, são centrais em um *Dossiê* que trata da experiência total que as empresas oferecem às pessoas com que se relacionam. Prover boas experiências a clientes, funcionários e outros stakeholders significa, no limite, fazer com que esses indivíduos aumentem sua produção de oxitocina, não é? Algo que depende de método, de conhecimento das pessoas e do entendimento de um novo marketing condicionado por mercados físicos, digitais e sociais. Um estudo de caso específico como o da Tintas Iquine em CX (experiência dos clientes) e um estudo amplo sobre as diferenças de EX com trabalho híbrido ajudam a materializar rapidamente os conceitos e desafios que todos enfrentamos nesse front.

O objetivo de produzir oxitocina é um convite explícito – ou provocação – no caso da nossa entrevista exclusiva com o psicólogo Scott Sandland, cofundador da startup americana de IA Cyrano.ai, na seção *Contagem Regressiva*. Ele trabalha para que os sistemas de inteligência artificial pratiquem o que chama de “empatia artificial”, lendo o contexto e se adaptando a ele, a fim de ativar a oxitocina no interlocutor. (E não a viciante dopamina, que, como Anna Lembke nos ensina no livro *Nação Dopamina*, cria o paradoxo de que ser mais felizes nos deixará mais propensos à infelicidade).

Ainda há a pesquisa que __HSM Management__ realizou com a Chie Integrates sobre as percepções a respeito do futuro do trabalho, que é um prato cheio para executivos de recursos humanos conseguirem gerenciar a atual transição. E ajuda em estratégias para aumentar a produção de oxitocina e reduzir a de cortisol, por exemplo, que é associado ao estresse e à resistência à insulina.

Do mesmo modo, a edição 2023 da pesquisa que Talenses Group e Insper fazem sobre a liderança feminina no Brasil deixa claro que a sororidade entre líderes mulheres e suas lideradas é o que está produzindo os maiores avanços delas em posições de comando. Sororidade tem tudo a ver com oxitocina, concorda? (Agora, os homens ainda ficam devendo um apoio maior, porque os avanços são bem-vindos, mas continuam a ser insuficientes.)

Então, minha sugestão é que você aproveite esta edição para melhorar sua gestão entendendo as bases científicas do que está à mesa. Boa leitura!

*PS: Nós estamos aproveitando. Para acelerar. The Town Learning Journey é já em setembro e, no fim de novembro, esperamos 4 mil pessoas no HSM+.*

Artigo publicado na HSM Management nº 157.

Compartilhar:

CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. Pós-graduado em finanças, possui MBA com extensão na China, na França e na Inglaterra. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro. É casado com a Marcia e coleciona discos de vinil.

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura