Transformação Digital

Por que as equipes de RH devem se preocupar com robótica?

O papel vital da automação e evolução da força de trabalho passa por desafios quanto a tecnologia e quem fará uso dela. Por isso, cada vez mais perspectivas distintas podem nos ajudar a dar conta desse futuro.
Vice-presidente de Recursos Humanos da [Universal Robots](https://www.universal-robots.com/br/) na América do Sul.

Compartilhar:

Eu cresci entre grandes máquinas de produção. Meu pai era gerente de uma grande cervejaria na Dinamarca e, ao longo da minha infância, testemunhei em primeira mão como os funcionários tinham que realizar trabalhos manuais árduos que causavam desgaste físico aos seus corpos.

O risco de se machucar sempre existiu e vi como os robôs, quando começaram a ser introduzidos, criaram um local de trabalho mais produtivo, com melhores condições, segurança e maiores possibilidades de crescimento.

Hoje, estamos percebendo na Universal Robots que a automação robótica está em um nível totalmente diferente, com a tecnologia continuando a se desenvolver em um ritmo incrível.

Especialmente em grandes empresas de manufatura, a automação está agora difundida e é parte essencial dos processos de produção. Mas, para muitos profissionais de RH, a robótica ainda é um território novo, rodeado de mistérios e até preconceitos. O que é uma pena, pois há muitas maneiras pelas quais os robôs podem ajudar as empresas a criarem um local de trabalho melhor e a manter e atrair talentos.

Como profissionais de RH, precisamos reconhecer essa tecnologia, porque as lacunas de mão-de-obra e habilidades são um enorme desafio para a maioria de nós e a robótica pode ajudar a solucionar esse problema.

# Deixe seu time crescer

A maioria das equipes de RH está ciente de que a automação robótica pode ajudar a complementar sua força de trabalho, e está provado que uma melhor produtividade pode ser alcançada com a adoção da automação, ao mesmo tempo em que ela fornece produtos uniformes e de alta qualidade. A maioria também sabe que os robôs são ideais para realizar tarefas que ninguém realmente quer – ou deveria – fazer. Na Universal Robots, muitas vezes nos referimos a elas como uma tríade – as tarefas monótonas, sujas e perigosas – e ao automatizá-las você pode aumentar a segurança do trabalhador e reduzir lesões físicas.
Mas investir em tecnologia também é fundamental para um local de trabalho ser visto como atraente. Investir em tecnologia não só aprimora o desenvolvimento dos trabalhadores, mas também melhora a reputação da empresa como marca empregadora. Isso é especialmente verdadeiro para os trabalhadores mais jovens, muitos dos quais precisam ser convencidos de que os empregos na indústria são seguros, gratificantes e ricos em oportunidades de desenvolvimento e evolução profissional.

A adoção de estratégias como cross-training, disponibilização de programas de desenvolvimento e planejamento de carreira, aliados à atualização das tecnologias e maquinário, pode melhorar as habilidades dos funcionários. A integração entre tecnologia, automação e digitalização na produção torna os empregos mais engajantes e mentalmente estimulantes. Manter a produção atualizada com as novas tecnologias, bem como incentivar os funcionários a se familiarizarem com essas tecnologias e tendências, é uma ótima maneira de manter um local de trabalho mais atrativo.

# A (diminuição da) força de trabalho do futuro

Os fabricantes de todo o mundo estão enfrentando sérios problemas relacionados à atração de mão de obra qualificada. Nesse sentido, é previsto que a indústria de manufatura dos EUA tenha 2,1 milhões de empregos não preenchidos em 2030. Mais de 80% dos fabricantes chineses enfrentaram escassez de mão-de-obra no ano passado e, no Japão, Coreia e Europa Ocidental, o desenvolvimento demográfico trará uma enorme escassez de trabalhadores. Em todos esses países, a falta de mão-de-obra é real e está se agravando.

Ao mesmo tempo, a nossa força de trabalho está envelhecendo, o que torna fundamental encontrar formas de atrair e reter trabalhadores seniores, com todos os seus importantes conhecimentos e competências.
Para envolver de maneira eficaz os trabalhadores efetivos, é importante oferecer e destacar o desenvolvimento contínuo de competências e oportunidades de formação. Isso os mantém atualizados com as tendências e tecnologias da indústria, trazendo motivação e aproveitando sua vasta experiência para o crescimento da empresa.

Ao mesmo tempo, adaptar o local de trabalho para acomodar as necessidades físicas relacionadas a idade, reduzindo tarefas extenuantes, por exemplo, por meio da implementação de robôs colaborativos, também garantirá um ambiente acolhedor e aumentará a contribuição dos profissionais mais velhos.

Um exemplo disto é a empresa francesa Carbody, na qual um operador afetado por anos de trabalho árduo conseguiu manter o seu emprego, na medida em que foi facilitado pelos cobots que passaram a lidar com as suas tarefas mais cansativas. E na nossa unidade de produção da Universal Robots em Odense, na Dinamarca, os nossos cobots já são parte essencial da produção e da rotina dos meus colegas.

![Cobots](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/4wiwReTwfUHp9XBWAUqJRZ/baa60b2b548de31bea3ce0ebdb39f160/Cobots.jpg)

Em resumo, embora os robôs nas fábricas possam não parecer relevantes para os profissionais de RH, eles certamente são. Eles oferecem grandes oportunidades para as empresas não só aumentarem a produtividade e a qualidade, mas também criarem locais de trabalho mais seguros, gratificantes e melhores para os seus funcionários.

Portanto, minha mensagem aos colegas líderes de RH é esta: abracem as novas tecnologias para o planejamento estratégico da força de trabalho. O futuro do trabalho exige inovação e é nossa função liderar esse processo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Os sete desafios das equipes inclusivas

Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
29 de novembro de 2025
Por trás das negociações brilhantes e decisões estratégicas, Suits revela algo essencial: liderança é feita de pessoas - com virtudes, vulnerabilidades e escolhas que moldam não só organizações, mas relações de confiança.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança