Desenvolvimento pessoal

Qual a prontidão de voltarmos fisicamente aos escritórios?

Faça um exercício mental e tente imaginar o retorno aos escritórios: a volta trará o contato físico com os colegas de trabalho, mas implicará também na execução de protocolos sanitários e, no agregado, voltaremos a ficar presos no trânsito
É conselheira de empresas, mentora e professora. Durante anos foi executiva de empresas, passando por organizações como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É autora de diversos livros, entre os quais está o ‘Emoção e Comunicação - Reflexão para humanização das relações de trabalho’, escrito em parceria com a Cynthia Provedel.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

A pandemia continua matando mais de 2 mil pessoas por dia, mas é inevitável pensar que em algum momento voltaremos a trabalhar fisicamente juntos, com nossos colegas que usam o mesmo crachá.

Me pergunto o quanto estamos preparados para isso. Temos a devida segurança psicológica? Temos condição física e logística? Para que serve mesmo um escritório? Vou me atentar a esse último ponto neste artigo.

Os escritórios que conhecíamos devem deixar de existir. A esmagadora maioria das empresas já redefiniu um jeito de trabalhar que, em algum grau, permitirá flexibilidade de localização física.

Poderemos, aparentemente, desfrutar de algum benefício de trabalho remoto eventual, que nada se parece com a rotina de “home-tudo” que enfrentamos durante a pandemia. Tem tudo para ser legal.

Algumas empresas se mudaram para o interior, algumas optaram por espaços com mais áreas verdes, que têm efeito comprovado na qualidade de vida das pessoas, e outras estão reformando seus espaços para a nova rotina.

## Nem tudo serão flores

No entanto, temos que pensar também que a volta não deve ser tão simples. Vamos nos lembrar que teremos que acordar mais cedo (talvez 1h mais cedo), pegar trânsito, voltar tarde para casa (com mais trânsito). Para quem aproveita a noite para estudar, talvez se lembre que o preço do estacionamento na frente da faculdade custa um rim. Que comer fora de casa vale o outro rim.

Os desafios da liderança vão aumentar. Haverá um pequeno estresse com os padrões de limpeza e segurança. Além disso, a gente vai ter que se desdobrar para ter toda a equipe junta de vez em quando (e sim, valerá a pena).

Nesse contexto futuro, não adianta ir para o escritório e ficar o dia inteiro com fone de ouvido por causa das videoconferências. Os escritórios vão precisar ser reinventados para lidar com todas essas mudanças.

Entendeu o desafio? A gente vai ter que lutar para estar junto, algo tão necessário para criar times fortes. Viveremos mais um momento em que o diálogo será urgente e indispensável. Talvez só nesse momento, juntos de novo, podemos ter uma noção mais exata de como nosso time está e o quão todas as pessoas sentem parte de um time de verdade.

Será o momento de (re)conectar com as pessoas de outras áreas e entender o impacto da pandemia em cada um – se você não [repensou a vida, não viveu a pandemia “direito”](https://www.revistahsm.com.br/post/o-que-ainda-nao-aprendemos-com-a-pandemia). Mas ainda dá tempo.

Claro que o trabalho remoto é uma benção, mas está longe de resolver todos os nossos problemas. Aliás, segundo [uma pesquisa recente sobre trabalho remoto](https://about.gitlab.com/remote-work-report/), realizada pela Getlab (feita em parceria com outras gigantes da tecnologia, como Dropbox) dão conta de que 1 em cada 3 pessoas deixaria a empresa se o trabalho remoto não fosse uma opção.

Nosso desafio então começa por tornar o escritório um lugar desejável, incomparável, muito (mas muito mesmo) bom de estar.

Vale pensar em como recepcionar as pessoas de volta, como retomar o convívio, as conversas, o sentimento de time, ao mesmo tempo em que não perdemos a outra parte boa que o trabalho remoto trouxe (produtividade, menos burocracia, agilidade, etc).

## VOCÊ EM PRIMEIRO LUGAR

Ah, antes de tudo isso, também é bom pensar se você está bem para voltar. Antes de buscar fazer o melhor para o time, é bom que a gente esteja com o ânimo adequado. Agora me responda: você está de prontidão para isso?

*Gostou do artigo da Viviane Mansi? Saiba mais sobre lideranças e relações de trabalho na pandemia assinando gratuitamente [nossas newsletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter) e escutando [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts) em sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

É conselheira de empresas, mentora e professora. Durante anos foi executiva de empresas, passando por organizações como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É autora de diversos livros, entre os quais está o ‘Emoção e Comunicação - Reflexão para humanização das relações de trabalho’, escrito em parceria com a Cynthia Provedel.

Artigos relacionados

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Inovação & estratégia, ESG
11 de novembro de 2025
Com a COP30, o turismo sustentável se consolida como vetor estratégico para o Brasil, unindo tecnologia, impacto social e preservação ambiental em uma nova era de desenvolvimento consciente.

André Veneziani - Vice-Presidente Comercial Brasil & América Latina da C-MORE Sustainability

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
10 de novembro de 2025
A arquitetura de software deixou de ser apenas técnica: hoje, ela é peça-chave para transformar estratégia em inovação real, conectando visão de negócio à entrega de valor com consistência, escalabilidade e impacto.

Diego Souza - Principal Technical Manager no CESAR, Dayvison Chaves - Gerente do Ambiente de Arquitetura e Inovação e Diego Ivo - Gerente Executivo do Hub de Inovação, ambos do BNB

8 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025
Investir em bem-estar é estratégico - e mensurável. Com dados, indicadores e integração aos OKRs, empresas transformam cuidado com corpo e mente em performance, retenção e vantagem competitiva.

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025
Na era da hiperconexão, encerrar o expediente virou um ato estratégico - porque produtividade sustentável exige pausas, limites e líderes que valorizam o tempo como ativo de saúde mental.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura
Liderança
3 de novembro de 2025
Em um mundo cada vez mais automatizado, liderar com empatia, propósito e presença é o diferencial que transforma equipes, fortalece culturas e impulsiona resultados sustentáveis.

Carlos Alberto Matrone - Consultor de Projetos e Autor

7 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
1º de novembro de 2025
Aqueles que ignoram os “Agentes de IA” podem descobrir em breve que não foram passivos demais, só despreparados demais.

Atila Persici Filho - COO da Bolder

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
31 de outubro de 2025
Entenda como ataques silenciosos, como o ‘data poisoning’, podem comprometer sistemas de IA com apenas alguns dados contaminados - e por que a governança tecnológica precisa estar no centro das decisões de negócios.

Rodrigo Pereira - CEO da A3Data

6 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança