Inovação

Vivendo e aprendendo com um camelo

Mais do que o unicórnio, a pandemia nos fez ver a importância de ser resiliente, sólido, perseverante. É o momento de ser camelo!
Trocou as grandes corporações pelo mundo das startups e atualmente é CMO da unico, IDTech especializada em tecnologia para identidades digitais.

Compartilhar:

Se você se interessa pelo mundo das startups, certamente já ouviu os termos unicórnio e camelo. O primeiro, cunhado em 2013 por Aileen Lee, fundadora da Cowboy Ventures, se refere àquelas empresas que foram avaliadas em mais de US$ 1 bilhão antes da sua abertura de capital.

A escolha do nome deve-se à raridade dessas startups – que hoje já não são tão raras assim. Os primeiros [unicórnios](https://www.revistahsm.com.br/post/zebras-em-vez-de-unicornios), antes mesmo de ter definição para tal feito, foram as big techs Google e Facebook. No Brasil temos alguns nomes importantes nessa lista, como 99, PagSeguro, Nubank, Stone e GymPass.

Já as startups camelo, batizadas assim pelo investidor Alex Lazarow, são aquelas que têm como foco a sua sustentabilidade e sobrevivência. São organizações resilientes, sustentam visão a longo prazo, possuem estrutura econômica sólida e conseguem sobreviver – e até crescer – em meio a crises.

Contudo, para chegar ao oásis, essas companhias também precisaram cruzar desertos, [se adaptar a mudanças](https://www.revistahsm.com.br/post/nosso-ritmo-de-inovacao-vai-continuar), provar seu modelo de negócio. É por isso que quando vejo a história da Acesso Digital, [onde estou hoje](https://www.revistahsm.com.br/post/do-zero-a-pandemia-um-ano-como-cmo), e principalmente como nos fortalecemos na crise sanitária, tenho ainda mais segurança que as grandes empresas do futuro serão aquelas rotuladas como camelos hoje.

Alguns dos traços que ajudam a definir essa longevidade são:

### O propósito é grande e de longo prazo
Na Acesso Digital, queremos transformar a sociedade em digital. Vamos mudar o mundo para melhor, fazendo com que as interações das pessoas sejam simples e sem burocracia, centradas em uma identidade digital segura e confiável. Estamos pensando anos à frente, temos um propósito claro e focamos em inovações que vão transformar a comunidade, não só adicionar novidades.

### Não temos medo de errar e mudar o caminho
Até 2015, nosso faturamento foi oriundo da gestão eletrônica de documentos, porém, o mercado parou de crescer. Pivotamos o caminho para o reconhecimento facial, mas não nosso propósito. Isso significa que ajustamos planos à medida que o cenário muda. Por exemplo, durante a pandemia, o uso de assinatura digital foi acelerado, adequamos nossa estratégia e iniciamos um novo negócio para a empresa.

### O cliente é a nossa razão
Tudo o que a gente faz tem o cliente no centro, e nosso foco está em resolver seus problemas. Fazemos por ele, com ele, para ele. Nossos produtos evoluem de acordo com o uso que o cliente faz deles e novas necessidades aparecem. O importante é oferecer valor, assim podemos cobrar pela qualidade do que servimos.

### Olhamos para fora continuamente
O futuro está a um voo de distância. Buscamos inspiração em outros países, em outros setores, em outras empresas. Sempre!

### O negócio tem que parar de pé sozinho
A atenção aos custos e à lucratividade sempre existiu. Nosso modelo SaaS (software as a service) nos garante recorrência de faturamento. Investimentos aceleram o crescimento, mas não garantem a sustentabilidade. Ter tranquilidade de caixa, e não precisar de investidor antes da hora, assegura aos fundadores o controle do negócio por mais tempo.

## Há espaço para crescer na crise
A pandemia acelerou a [transformação digital](https://www.revistahsm.com.br/post/por-que-so-falar-em-inovacao-nao-nos-torna-inovadores) e nós estávamos preparados para o desafio. Em menos de 6 meses depois do nosso primeiro investimento, recebemos mais R$ 580 milhões de aporte dos fundos General Atlantic e Softbank, que se uniram pela primeira vez na mesma rodada com o objetivo de investir em uma empresa B2B no Brasil.

Passar por uma crise nunca é fácil, mas é em momentos como esse que vemos a capacidade de adaptação das empresas e de seus líderes. Ajustar rotas, estar próximo do cliente, observar novas oportunidades e pivotar novos jeitos. Que adaptações você fez em seus planos, e [o que está aprendendo](https://www.revistahsm.com.br/post/aprendizados-para-liderancas-que-curam)? Tem energia e força o suficiente para seguir até tudo isso passar? Uma característica do camelo é que ele consegue correr por períodos relevantes, caso seja a hora certa. E a hora é agora.

Confira mais artigos sobre inovação no [Fórum: Marketing Makers HSM Management](https://www.revistahsm.com.br/forum/marketing-makers-hsm-management).

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)