Direto ao ponto

Bancos durante crises: diversificai e sobrevivereis

Estudo nos Estados Unidos confirma que os empréstimos crescem

Compartilhar:

A estabilidade das instituições financeiras tem sido uma preocupação crescente no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, foi divulgado recentemente um documento intitulado “Bank diversification and lending resiliency”, baseado em um estudo robusto, com uma conclusão principal: bancos que se expandiram além de suas raízes geográficas e em novos segmentos de negócios foram os mais capacitados a emprestar mais (especialmente para pequenas empresas), reduzir riscos e estabilizar seus fluxos de receita.

Ou seja, a diversificação aumentou a resiliência dos bancos, segundo Itay Goldstein, professor de finanças da Wharton School, e coautor do estudo que embasou o documento. Isso lhes permitiu manter os empréstimos mesmo durante as crises econômicas, o que acabou por beneficiar as economias locais com níveis de emprego mais altos. “A função de empréstimo dos bancos é a mais bem atendida pela diversificação”, disse o especialista.

A diversificação bancária não é novidade no Brasil – embora não necessariamente favoreça empréstimos para pequenas empresas, como se sabe. Mas globalmente nem sempre foi algo visto com bons olhos. Ao contrário; sempre, especialmente após a crise financeira de 2008, houve temores de que aumentassem a fragilidade e o risco sistêmico (como quando um mesmo problema vai contagiando todas as classes de ativos).

“Há efeitos positivos que talvez não sejam enfatizados com frequência. Não tentamos contestar os problemas que a diversificação pode gerar. Em vez disso, destacamos uma força contrária que é importante considerar no debate mais amplo”, disse Goldstein à *knowledge@wharton.* Um grande benefício da diversificação seria permitir “emprestar mais sem aumentar seus riscos a níveis excessivamente altos”, e é particularmente importante para a economia que se mantenha a oferta de crédito durante choques negativos, “quando a disponibilidade de crédito é fundamental”. Desafio brasileiro, não?

Importante: o estudo, que se debruçou sobre dados referentes ao período entre 1997 e 2017 nos Estados Unidos, conseguiu diferenciar os efeitos de banco diversificado e banco grande. E o aumento nos empréstimos veio da diversificação, não do tamanho mesmo.

__Leia também: [As cinco novíssimas qualidades de liderança](https://www.revistahsm.com.br/post/as-cinco-novissimas-qualidades-de-lideranca)__

Artigo publicado na HSM Management nº 157.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura