Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
3 minutos min de leitura

Do preventivo ao preditivo: o futuro da saúde nas empresas com o uso estratégico da IA

A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.
Cofundador e diretor geral da HealthBit, consultoria estratégica em gestão de saúde corporativa que integra as soluções B2B da RD Saúde. Graduado em Programação pelo Colégio Técnico de Campinas (COTUCA - UNICAMP) e em Economia pela USP, Murilo também possui formação executiva pela European Business School Universität (Alemanha) e por Harvard. Encontrou na saúde seu propósito: unir tecnologia e estratégia para transformar o bem-estar corporativo. Na HealthBit, lidera o desenvolvimento de novos produtos e a gestão de contas-chave com mais de 20.000 vidas, impactando 1,8 milhão de vidas no Brasil, consolidando processos de inovação e vendas no setor de saúde.

Compartilhar:

Durante décadas, programas de saúde corporativa giraram em torno de check-ups, campanhas de vacinação e palestras de bem-estar, iniciativas relevantes, mas insuficientes para o tamanho do desafio. Esse modelo, que em algum momento pareceu suficiente, não acompanha mais a velocidade e volume com que os riscos se acumulam, e o futuro exige antecipação – algo que a Inteligência Artificial começa a viabilizar de forma consistente.

A predição inaugura um padrão, em que algoritmos cruzam históricos médicos, exames e comportamentos para indicar riscos antes que se tornem crises, abrindo espaço para decisões rápidas e personalizadas. A gestão deixa de correr atrás do prejuízo e passa a agir antes do colapso, com ganhos de eficiência em toda a cadeia. Antecipar é reduzir custos, mas também proteger a energia das pessoas e consolidar uma cultura de bem-estar que nasce do planejamento e não do improviso.

O debate sobre IA ainda sofre com a caricatura da “caixa-preta”, um reducionismo que ignora o valor real da tecnologia. O que está em jogo é a capacidade de enxergar padrões invisíveis ao olho humano, revelando informações que ampliam a visão de médicos e gestores. Ninguém perde espaço, pelo contrário, ganham um aliado poderoso para navegar na complexidade crescente do setor. A autoridade permanece com o humano, mas se fortalece com a máquina que organiza o “caos” dos dados.


Quando a gestão de saúde vira ativo estratégico

Nas organizações, o impacto é imediato, com queda no absenteísmo, antecipação de riscos de burnout e programas de bem-estar que deixam de ser genéricos. O colaborador percebe que o suporte é preciso e personalizado, não um cartaz no corredor ou uma campanha disparada em massa, e isso gera confiança e engajamento, que se convertem em produtividade e retenção de talentos. A atenção à saúde passa a ser um diferencial competitivo e não mais um benefício periférico.

Um estudo recente, o Global Enterprise AI Survey 2025, mostrou que 86% das organizações já utilizam inteligência artificial de forma extensiva, com expectativa de que o mercado global alcance US$ 120 bilhões até 2028, confirmando que não estamos diante de promessa distante, mas de uma realidade em curso, com ganhos mensuráveis de escala e competitividade.


Responsabilidade, coragem e o relógio que já está correndo

O avanço da IA aplicada ao setor é promissor, mas exige comprometimento. Dados inconsistentes levam a previsões frágeis, e algoritmos sem supervisão acabam virando relatórios sem utilidade prática. O desafio está em transformar informação em ação real, combinando precisão técnica com leitura crítica e revisitando modelos de forma constante. A análise preditiva tem valor quando se conecta à vida das pessoas, evitando vieses e mantendo a ética no processo.

Essa virada pede coragem das lideranças, já que manter o conhecido parece mais seguro, mas é a falsa segurança do atraso. Colaboradores adoecem, a produtividade despenca e os custos se acumulam sem que os gestores percebam a profundidade da perda. A transição para práticas preditivas é mais que inovação, é estratégia de sobrevivência em um ambiente competitivo, em que quem entende transforma cuidado em performance e quem ignora continua apagando incêndios de um sistema ultrapassado.

O futuro da saúde corporativa não será definido por campanhas isoladas, mas pela capacidade de usar dados com inteligência e responsabilidade, onde algoritmos abrem caminhos e profissionais os transformam em ação efetiva. Eficiência com empatia, precisão com propósito, tecnologia com humanidade – é essa a combinação que abre uma nova era, e o tempo de escolher entre liderar essa mudança ou correr atrás dela quando já for tarde está se esgotando.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de outubro de 2025
Na indústria automotiva, a IA Generativa não é mais tendência - é o motor da próxima revolução em eficiência, personalização e experiência do cliente.

Lorena França - Hub Mobilidade do Learning Village

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Chico Araújo - Diretor-executivo do Instituto Inteligência Artificial de Verdade - IAV e Cofundador do The Long Game

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1º de outubro de 2025
No mundo pós-IA, profissionais 50+ são mais que relevantes - são pontes vivas entre gerações, capazes de transformar conhecimento em vantagem competitiva.

Cris Sabbag - COO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Inovação
30 de setembro
O Brasil tem talento reconhecido no design - mas sem políticas públicas e apoio estratégico, seguimos premiando ideias sem transformar setores.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Liderança
29 de setembro de 2025
No topo da liderança, o maior desafio pode ser a solidão - e a resposta está na força do aprendizado entre pares.

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

4 minutos min de leitura
ESG, Empreendedorismo
29 de setembro de 2025
No Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos, conheça negócios de impacto que estão transformando excedentes em soluções reais - gerando valor econômico, social e ambiental.

Priscila Socoloski CEO da Connecting Food e Lucas Infante, CEO da Food To Save

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional
25 de setembro de 2025
Transformar uma organização exige mais do que mudar processos - é preciso decifrar os símbolos, narrativas e relações que sustentam sua cultura.

Manoel Pimentel

10 minutos min de leitura
Uncategorized
25 de setembro de 2025
Feedback não é um discurso final - é uma construção contínua que exige escuta, contexto e vínculo para gerar evolução real.

Jacqueline Resch e Vivian Cristina Rio Stella

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança