Não é novidade que a gestão da saúde nas organizações sempre representou uma parte significativa dos custos destinados aos colaboradores nas empresas brasileiras. Estima-se que os gastos com saúde corporativa representem entre 12% e 20% do orçamento do setor de Recursos Humanos em indústrias, por exemplo, e cerca de 13% da folha salarial, em média, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A coparticipação ameniza esse impacto, mas, ainda assim, os benefícios têm um custo elevado.
Tenho acompanhado profissionais de RH na busca por alternativas que ampliem a eficiência operacional da saúde corporativa sem comprometer a qualidade dos serviços e o atendimento oferecido aos colaboradores. Afinal, tudo isso faz parte de um pacote de benefícios que contribui para o bem-estar e o clima organizacional.
É nesse contexto que a telemedicina tem ganhado espaço nas grandes empresas. Com o avanço da Internet das Coisas e da Inteligência Artificial aplicadas à saúde, abre-se um caminho promissor para o acompanhamento preventivo da saúde dos colaboradores, especialmente aqueles com doenças crônicas. O atendimento via telemedicina, por meio de cabines inteligentes, por exemplo, reduz a sinistralidade e o absenteísmo, fortalece o bem-estar emocional e, ao mesmo tempo, melhora a imagem da organização como uma empregadora moderna e cuidadosa.
Para se ter uma ideia, ao contar com um polo de teleatendimento, os colaboradores podem acessar a cabine a qualquer momento diante de eventuais necessidades de saúde, em vez de se deslocarem até um pronto-socorro e enfrentarem longas esperas.
Hoje já existem soluções de telemedicina ampliada que garantem até 15 tipos de exames, desde a aferição da pressão arterial até eletrocardiograma, além de exames mais específicos, como audiometria e acuidade visual.
Oferecer esse tipo de cuidado de forma tão acessível já vem trazendo resultados significativos na redução da sinistralidade, principalmente entre pacientes crônicos. Afinal, com o monitoramento contínuo, evitam-se complicações mais graves e, consequentemente, custos mais elevados para todo o ecossistema da saúde corporativa. Empresas como a Cogna Educação, uma das maiores organizações educacionais do Brasil, já registram economia com queda de até 50% na sinistralidade.
A telemedicina também abre oportunidades para que as organizações ampliem a gama de especialidades oferecidas aos colaboradores. O cuidado com a saúde mental, por exemplo, nunca esteve tão presente nas pautas dos RHs. Por meio da telemedicina, é possível disponibilizar atendimentos com psicólogos e psiquiatras para todos os níveis hierárquicos da organização, com privacidade e segurança.
Outro exemplo se aplica a especialidades como a fonoaudiologia. Em um programa de treinamento de oratória para lideranças, por exemplo, o profissional pode receber atendimento personalizado e eficaz dentro da cabine, de maneira prática e mais econômica.
Sem dúvidas, a telemedicina nas empresas é uma tendência para os próximos anos. É vantajosa para o colaborador, que ganha em tempo, praticidade e saúde, e também para a empresa, que conquista maior eficiência operacional na gestão da saúde, reduz sinistralidade e absenteísmo, além de contribuir para o bem-estar, o clima organizacional e, consequentemente, sua imagem como marca empregadora.




