Inovação
8 min de leitura

Megatendências abrangentes no design: estrutura holística para 2025

O papel do design nem sempre recebe o mérito necessário. Há ainda quem pense que se trata de uma área do conhecimento que é complexa em termos estéticos, mas esse pensamento acaba perdendo a riqueza de detalhes que é compreender as capacidades cognoscíveis que nós possuímos.
Rafael Ferrari é sócio de Strategy & Business Design e líder de soluções de Inovação da Deloitte. No ano de 2024 foi eleito um dos 3 brasileiro na lista do top 100 OutStanding global LGBT Executive Role Model. Com mais de 15 anos de experiência realizou trabalhos na América Latina e Canada. Liderou de projetos com abrangência global e atualmente lidera os maiores programas de inovação e transformação digital do país. É professor titular da Fundação Dom Cabral no MBA Internacional. Na escola Conquer é professor de transformação digital e inovação. Nos últimos quatro anos se dedicou a criação e evolução do DE&I LGBT+ no Brasil fazendo parte do conselho global do tema em nossa empresa.

Compartilhar:

Megatendências abrangentes no design: estrutura holística para 2025

Pensando na fronteira do conhecimento e riqueza da complexidade: qual é o papel do design na construção do nosso futuro?

Em um painel que explorou as principais tendências do iF Design Trend Report 2025, Uwe Cremering, que é CEO da iF International Forum Design GmbH, Cheryl S. Durst, Vice-Presidente Executiva e CEO da International Interior Design Association, Leigh Gammons, CEO da Tangent, e Lisa Gralnek, Diretora Administrativa da iF Design USA, debateram o tópico, trouxeram previsões de futuro e insights relevantes para o mundo do design, peça fundamental para inovação.

A tese central do debate foi que design é um poderoso meio de contar histórias, elevando a experiência humana ao criar soluções significativas, sustentáveis e empáticas que conectam tecnologia, cultura e bem-estar individual. Questões cruciais para entendermos nossa existência neste mundo.

Vamos conferir quais são as tendências?

1. Digitalidade Humana (Interação Humano-Máquina): num contexto onde existe a revolução tecnológica da IA, os limites entre as capacidades humanas e das máquinas são cada vez mais tênues, por isso, precisamos reiterar considerações éticas sobre a integração tecnológica. Nesse sentido, a IA precisa ser compreendida como inteligência colaborativa, não substitutiva. Além disso, teremos o surgimento de interfaces digitais multissensoriais e com maior foco no design tecnológico centrado no humano.

Pontos para ficar no radar: A inteligência humana autêntica continua sendo essencial. Porém, é necessário ampliar a compreensão do uso tecnológico e a criação de um arcabouçou ético para a integração de IA é essencial.

2. Localização vs. Globalização: Se faz necessária a preservação da identidade cultural. As cadeias de suprimentos resilientes e baseadas em recursos locais serão, eventualmente, uma exigência. Não podemos desvairadamente enxergar soluções globais. Sociedades não funcionam desta maneira. O que mudará com a globalização são as abordagens de design hiper-locais.

Pontos para ficar no radar: O senso de pertencimento é fundamental para a experiência humana, por isso é necessário equilíbrio entre padrões globais e autenticidade local. Nesse sentido, a especificidade cultural como vantagem no design

    3. Co-cociedade (bem-estar e qualidade de vida): No contexto pós-pandemia, a transformação dos espaços de trabalho está sendo impulsionada por uma crescente conscientização sobre saúde mental e social. O design voltado para a experiência humana holística surge como uma tendência essencial, priorizando ambientes que promovem saúde emocional, física e, principalmente, social.

      Pontos para ficar no radar: As tendências incluem ambientes de trabalho que priorizam a saúde emocional, física e social, com um design que apoia o bem-estar psicológico e espaços flexíveis centrados no ser humano. É crucial ficar atento a ambientes que curam e inspiram, à interação social como prioridade no design e ao conforto emocional como métrica essencial na criação desses espaços.

      4. Transição ecológica e sustentabilidade: No contexto da crise climática, a consciência ambiental crescente e os princípios da economia circular estão moldando novas abordagens de design. As tendências incluem abordagens de design regenerativo, o desenvolvimento de produtos com pegada de carbono neutra e a inovação sustentável como estratégia essencial de design.

      Para ficar no radar: É importante considerar o design como uma ferramenta para resolver problemas ambientais, a transparência no impacto ecológico e a adoção dos princípios do design circular.

      5. Circularidade e Design Regenerativo: No contexto da transformação da economia linear, da escassez de recursos e do pensamento sistêmico no design, as tendências apontam para a transição do modelo “criar-usar-descartar” para modelos regenerativos. Isso inclui a otimização do ciclo de vida dos produtos e a redução de desperdício por meio de design inteligente.

      Para ficar no radar: Essencial enxergar o design como um processo regenerativo, não extrativo, adotar um pensamento sistêmico holístico e alinhar modelos econômicos com princípios ecológicos.

      Estas noções nos levaram novamente ao conceito de design, que foi debatido ao final e foi refinado como um conceito que deve ser centrado no ser humano, potencializado pela tecnologia, responsável ambientalmente e sensível à cultura. Essa abordagem integrada busca equilibrar inovação, sustentabilidade e humanização, garantindo que o design seja uma força positiva para a sociedade e o planeta.

      Novamente, sempre em direção aos vínculos.

      Compartilhar:

      Rafael Ferrari é sócio de Strategy & Business Design e líder de soluções de Inovação da Deloitte. No ano de 2024 foi eleito um dos 3 brasileiro na lista do top 100 OutStanding global LGBT Executive Role Model. Com mais de 15 anos de experiência realizou trabalhos na América Latina e Canada. Liderou de projetos com abrangência global e atualmente lidera os maiores programas de inovação e transformação digital do país. É professor titular da Fundação Dom Cabral no MBA Internacional. Na escola Conquer é professor de transformação digital e inovação. Nos últimos quatro anos se dedicou a criação e evolução do DE&I LGBT+ no Brasil fazendo parte do conselho global do tema em nossa empresa.

      Artigos relacionados

      Os sete desafios das equipes inclusivas

      Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

      Reaprender virou a palavra da vez

      Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

      Liderança
      29 de setembro de 2025
      No topo da liderança, o maior desafio pode ser a solidão - e a resposta está na força do aprendizado entre pares.

      Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

      4 minutos min de leitura
      ESG, Empreendedorismo
      29 de setembro de 2025
      No Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos, conheça negócios de impacto que estão transformando excedentes em soluções reais - gerando valor econômico, social e ambiental.

      Priscila Socoloski CEO da Connecting Food e Lucas Infante, CEO da Food To Save

      2 minutos min de leitura
      Cultura organizacional
      25 de setembro de 2025
      Transformar uma organização exige mais do que mudar processos - é preciso decifrar os símbolos, narrativas e relações que sustentam sua cultura.

      Manoel Pimentel

      10 minutos min de leitura
      Uncategorized
      25 de setembro de 2025
      Feedback não é um discurso final - é uma construção contínua que exige escuta, contexto e vínculo para gerar evolução real.

      Jacqueline Resch e Vivian Cristina Rio Stella

      4 minutos min de leitura
      Tecnologia & inteligencia artificial
      24 de setembro de 2025
      A IA na educação já é realidade - e seu verdadeiro valor surge quando é usada com intencionalidade para transformar práticas pedagógicas e ampliar o potencial de aprendizagem.

      Rafael Ferreira Mello - Pesquisador Sênior no CESAR

      5 minutos min de leitura
      Inovação
      23 de setembro de 2025
      Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

      Rodrigo Magnago

      5 min de leitura
      Inovação & estratégia, Liderança
      22 de setembro de 2025
      Engajar grandes líderes começa pela experiência: não é sobre o que sua marca oferece, mas sobre como ela faz cada cliente se sentir - com propósito, valor e conexão real.

      Bruno Padredi - CEP da B2B Match

      3 minutos min de leitura
      Cultura organizacional, Liderança
      19 de setembro de 2025
      Descubra como uma gestão menos hierárquica e mais humanizada pode transformar a cultura organizacional.

      Cristiano Zanetta - Empresário, palestrante TED e filantropo

      0 min de leitura
      Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
      19 de setembro de 2025
      Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

      Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

      3 minutos min de leitura
      Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
      17 de setembro de 2025
      Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

      João Roncati - Diretor da People + Strategy

      3 minutos min de leitura

      Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

      Dossiê #170

      O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

      Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

      Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

      Dossiê #170

      O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

      Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança