Uncategorized

A morte é um processo

O estudo com os “porcos-zumbis”, amplamente noticiado, tem como principal achado o fato de que não se morre em um momento, mas em um intervalo de tempo

Compartilhar:

Um feito surpreendente movimentou a comunidade científica recentemente. Cientistas da Yale University, dos Estados Unidos, conseguiram que células do cérebro de porcos voltassem a funcionar horas depois da morte dos animais.

Foram analisados cérebros de 32 porcos e, quatro horas após os animais serem abatidos, as células chegaram a recuperar o metabolismo e até responderam a estímulos – algo que não havia sido conseguido antes. Os resultados foram publicados na prestigiada revista científica Nature.

Para além dos detalhes científicos, o estudo levanta questões importantes sobre a morte e, mais especificamente, a chamada “morte encefálica”, aceita como critério para, por exemplo, permitir a doação de órgãos.

Katharina Busl, professora de neurologia da University of Florida, destacou que o estudo demonstra que o intervalo de tempo em que as células continuam funcionando e que podem ser restauradas, pelo menos parcialmente, é maior do que se acreditava até então. Dessa forma, escreve Busl em artigo no site The Conversation, os resultados consolidam a ideia de que a morte não é um momento, mas um processo, e fornecem mais informações sobre a duração desse processo.

“É o desejo humano de encaixar as coisas em categorias, de ver tudo sempre como preto ou branco, com definições precisas, o que nos possibilita operar no dia a dia. No entanto, a morte – e isso está se tornando cada vez mais claro – representa uma ampla zona cinzenta, e a expectativa é de que essa zona cinzenta se expanda ainda mais de acordo com o progresso da ciência”, afirma.

Isso significa, de acordo com as conclusões do estudo, que se poderia manter um cérebro vivo indefinidamente? A resposta é não. A professora Katharina Busl é categórica ao dizer que, na ausência do fluxo sanguíneo, o cérebro, incluindo todas as suas células individualmente, vai acabar morrendo. “O que o estudo fez foi expandir o entendimento sobre quanto tempo demora até esse final”, acrescenta.

É importante destacar ainda que esses resultados abrem caminho para novos avanços da medicina com impactos potenciais sobre toda a indústria do healthcare. Podem contribuir, por exemplo, para que se investigue como lesões cerebrais causadas por infartos, ou outras doenças vasculares, comprometem o suprimento de sangue do cérebro.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)